Confeitarias de nicho: por que estão crescendo no Brasil?

Nos últimos anos, o cenário da confeitaria no Brasil tem passado por uma transformação silenciosa, porém poderosa. As grandes vitrines cheias de opções para todos os gostos começam a dividir espaço com confeitarias menores, especializadas em produtos muito específicos — os chamados negócios de nicho

Seja um ateliê voltado apenas a doces franceses, uma loja focada em sobremesas veganas ou uma confeitaria que trabalha exclusivamente com bolos de casamento, o que une todas elas é uma clareza sobre quem é seu público e o que ele busca.

Para a Chef Maíra Benevenuto, consultora da Seara Margarinas, esse crescimento não é coincidência, mas sim resultado de um amadurecimento do mercado e da mentalidade dos empreendedores do setor. “Quando a gente fala de confeitaria de nicho, estamos falando de um segmento que entende o público que quer atingir. Essas confeitarias sabem até onde podem ousar, qual é o valor de ticket médio que o cliente aceita pagar e quais são os sabores mais desejados. Isso dá a elas um norte muito claro”, explica.

Confeitarias de nicho: o poder do foco

O grande diferencial das confeitarias de nicho está no foco estratégico que, ao invés de tentar agradar a todos, se dedicam a um recorte muito específico — e é justamente aí que mora o sucesso.

Ter um foco bem definido permite que o confeiteiro reduza a margem de erro, como destaca a Chef Maíra: “Quando você sabe o que o cliente quer, fica mais fácil crescer. Você não precisa montar cardápios elaborados para diversos perfis de público. Atendendo a um único foco, consegue criar uma identidade forte e uma base de clientes fiéis.”

Esse direcionamento também facilita decisões práticas do dia a dia: da escolha de ingredientes à precificação, passando pela identidade visual e até pela contratação da equipe. Se a confeitaria é especializada em doces franceses, por exemplo, faz mais sentido contar com profissionais que dominem técnicas como o preparo de pâtisserie, entremets e choux, do que alguém com experiência apenas em bolos tradicionais brasileiros.

Menos é mais: o valor da experiência e da fidelização

Em um mercado cada vez mais competitivo, a especialização tornou-se uma vantagem estratégica. O consumidor atual busca autenticidade, propósito e experiência, não apenas sabor. Quer sentir que aquele doce foi criado para ele, dentro de um conceito coerente e bem definido.

As confeitarias de nicho, por conhecerem profundamente o seu público, conseguem ousar com segurança, equilibrando inovação e tradição. “Esses negócios têm clareza do que o público valoriza e conseguem manter coerência em tudo que fazem”, explica a Chef Maíra Benevenuto, consultora da Seara Margarinas.

Essa conexão gera fidelização. Clientes que se identificam com o estilo e os valores da confeitaria tendem a voltar, recomendar e pagar mais por aquela experiência. “Essas confeitarias gourmet entendem o valor da experiência completa — do sabor ao acabamento, da embalagem ao atendimento. Tudo é pensado para aquele público específico”, completa Maíra.

O futuro da confeitaria é especializado

Para quem deseja empreender na área, o recado é claro: entender o próprio nicho é entender o caminho do crescimento. E isso exige pesquisa, sensibilidade e coerência.

Segundo Maíra Benevenuto, a especialização não significa limitar-se, mas sim aprofundar-se. “Quando você escolhe um nicho, você não se fecha — você se aprofunda. E quanto mais domínio você tem sobre o que faz, mais consistente se torna o seu negócio.”

As confeitarias de nicho são, portanto, um reflexo de um novo tempo: um tempo em que o público valoriza o propósito, o cuidado e a identidade. E em que os confeiteiros encontram na especialização o equilíbrio perfeito entre criatividade e sustentabilidade.

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Andreia Lemos

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Andreia Lemos

publicado em

05/11/2025

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